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Há mais de meio século da Operação Auca


Nenhuma tragédia no Equador

Há sessenta anos, cinco missionários foram assassinados na selva do Equador. Jim Elliot, Pete Fleming, Ed McCully, Nate Saint e Roger Youderian foram brutalmente assassinados com lanças, espancados com paus e facões por um pequeno grupo de índios Waodani (Aucas).

Não me atrevo a ficar em casa!

Jim Elliot soube da situação espiritual do povo Waodani no verão de 1950, quando um ex missionário do Equador o alertou para o “grande desafio dos terríveis Aucas” [1]. Após dez dias, dedicou-se a orar. Jim começou a fixar seu olhar no Equador. Amigos bem-intencionados o instavam a reconsiderar. Talvez ele fosse mais adequado para o ministério nos Estados Unidos e para as necessidades evidentes que lá havia. Contudo, depois de estar convicto que era a vontade de Deus, ele não foi dissuadido: “Não me atrevo a ficar em casa enquanto os quechuas se perdem. E se a igreja inteira de sua pátria precisa ser sacudida? Tem as Escrituras, Moisés e os Profetas… Sua condenação está escrita em suas cadernetas de banco e no pó da capa de suas Bíblias”[2].

Abandono temerário

Como Jim se preparava para os rigores de promover o Evangelho nas selvas do Equador, um amigo e companheiro de classe no Wheaton College, Ed McCully, viu-se coagido a unir-se a ele. Ed escreveu uma carta convincente a Jim, explicando a razão para mudar sua vocação médica e ser um dos pioneiros do Evangelho no Equador: “Jim, tenho um só desejo agora, viver uma vida de abandono temerário por Cristo e estou colocando toda minha força e energia nisso. Talvez o Senhor me envie a algum lugar onde ainda não se conhece o nome de Cristo” [3]. Três anos mais tarde, no Equador, só uns dias antes do voo final em território Auca, onde foram horrivelmente massacrados, Ed escreveu uma nota na margem de sua revista, dizendo simplesmente: “estou disposto a dar minha vida por um punhado de índios”. Uns dias mais tarde, foi o que ele fez.

Triunfo ou tragédia?

Pouco depois que o grupo de busca, dirigido pelo missionário Frank Drown, descobriu os corpos mutilados dos missionários, jornais de todo o mundo alardeavam coisas como: “Tragédia no Equador!” “Cinco missionários assassinados!” “Cinco vidas jovens desperdiçadas!”. Sem dúvida, este foi um evento desastroso na vida de cinco famílias que perderam seus esposos, pais e filhos. Este assassinato foi uma vitória para o inimigo e um revés para o Evangelho? Ou, pelo contrário, foi um trabalho meticuloso da Divina Providência, delineado para obter um avanço ainda maior, e global, do nome de Jesus? Com o benefício de sessenta anos de reflexão histórica, o que permanece é o que sabemos.

Impacto local

  • Várias esposas e filhos dos missionários assassinados regressaram aos Aucas e o evangelho foi finalmente estabelecido em toda a região Waodani, incluindo, entre os convertidos, alguns dos que atravessaram os jovens com lanças;

  • Raquel Saint (irmã de Nate) investiu as décadas restantes de sua vida no ministério entre os Waodani e foi enterrada lá;

  • Steve Saint (filho de Nate) regressou quando era adulto e foi responsável pela transição da igreja Waodani (e sua cultura) para o século 21, em grande parte livre da dependência nociva do dinheiro e da mão de obra do ocidente.

Impacto global

  • A morte violenta e amplamente divulgada dos cinco homens, causou pânico entre as organizações missionárias. Perguntavam-se como a ameaça de perseguição e o martírio poderia afetar o recrutamento missionário de forma permanente nos lugares mais difíceis e perigosos. Pela graça de Deus, porém, esta mostrou ser uma preocupação injustificada. Em vez de haver menos missionários, as agências missionárias foram inundadas com solicitações para o serviço missionário;

  • Só o Senhor sabe o número exato. Um grande número de missionários ao longo dos anos 1960, 70, 80, 90 e até agora, tem testemunhado que a morte dos cinco no Equador foi o que Deus usou para motivá-los à missão. Quase três gerações de missionários, dezenas de milhares deles, têm sido catapultados à colheita mundial de nações, motivados por este incidente.

Onde está a tragédia em tudo isso? Se Jim Elliot pudesse falar hoje, daria risada. Realmente creio nisto. Que incrível sabedoria de Deus, que usou suas mortes como resposta a suas melhores orações para os Waodani, para que eles pudessem conhecer a Cristo!

Vencedores e não vítimas

O martírio do missionário não é um prejuízo para o avanço da Igreja. Em vez disso, a perseguição é um incentivo divino para a poderosa expansão do Evangelho. No mesmo dia em que Estevão foi apedrejado até a morte, uma grande perseguição se desencadeou sobre a igreja em Jerusalém, o que fez o Evangelho chegar a toda Judeia, Samaria e até os confins da terra [4]. Ainda hoje em dia, os mártires do Evangelho de Deus sofrem, e por meio de sua agonia, o Evangelho é direcionado a lugares onde não chegaria de outra maneira.

Assim como os mártires de Apocalipse 6, os cinco do Equador não devem considerar-se como vítimas derrotadas e sim como conquistadores vitoriosos com o Rei Jesus [5]. Honramos o evangelho e o heroísmo destes jovens pioneiros e louvamos a nosso grande Deus, que dá o privilégio de serem mártires a alguns de seus seguidores. Como Jim Elliot escreveu, “não é tolo aquele que dá o que não pode reter para ganhar o que não pode perder”.

[1] Elisabeth Elliot, Portales de Esplendor (Tyndale House Publishers, Inc. Carol Stream, IL, 1956), p. 7. [2] Cf. Elliot, Portales de Esplendor, p. 7-8. [3] A carta completa de Ed McCully está incluída nas notas finais de meu livro “Abandono Imprudente” (Embajador Internacional, Greenville, Carolina del Sur, 2011, 2013), p. 234-235. [4] Atos 8: 1 – Atos 28:31 [5] Apocalipse 6: 9-11; Apocalipse 12: 10-12; Apocalipse 20: 4.

Fonte: www.toeverytribe.org

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